quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Perfil do Questionador é "Questionável"?

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Pra início de conversa, vamos definir os termos para que possamos prosseguir numa mesma direção.

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra "questionar" significa “fazer ou levantar questão sobre; discutir”. Gosto da definição que o dicionário dá à palavra "discutir": debater (questão, problema, assunto); examinar ou impugnar (assunto controvertido).

Como podemos observar, o ato de “questionar” envolve o levantamento de uma questão que pode ser discutida. "Discutir" é examinar em debate diferentes pontos de vista e alegações.

Como de costume, a nossa cultura também distorceu o conceito da palavra "discutir". Algumas pessoas entram numa discussão com o objetivo de “atacar” seu oponente e impor um ponto de vista. Isso é bem diferente de entrar numa discussão com a intenção de examinar e trocar idéias referentes a um assunto.

Certa vez, ouvi de uma pessoa o seguinte: “É exatamente isso que os cristãos fazem. Eles são arrogantes ao afirmarem que o cristianismo é a única religião que provém de Deus...”. Bom, antes de dizer que os cristãos são arrogantes, essas pessoas precisam perceber que estão sendo arrogantes ao tentar impor sobre os cristãos a fé de que todas as religiões provém de Deus.

Mas voltando ao título, se o objetivo de uma discussão é examinar os pontos de vista relacionados a um determinado assunto, porque o “questionador” que não permanece disposto a ouvir, participa de um debate?

A palavra "examinar" significa analisar com atenção e minúcia; ponderar ou meditar sobre; submeter a exame. E o que dizer do “questionador” que nem mesmo examina o que diz?

Isso é muito sério. Muitas vezes o “questionador” se apóia em idéias e argumentos filosóficos que apresentam afirmações auto-contraditórias. Essas pessoas correm o risco de sustentar por anos afirmações que não fazem o menor sentido, sem nunca se dar conta disso.

Um exemplo prático é a argumentação de que “tudo é relativo”. Os relativistas fazem a seguinte declaração sobre a verdade: “Não existe verdade absoluta.” (nota)

A lógica neutraliza esta afirmação. Se realmente não existe verdade absoluta, então sua própria declaração de que “não existe verdade absoluta”, não pode ser uma verdade absoluta! A declaração do relativismo é irracional porque ela afirma exatamente aquilo que está tentando negar. É uma afirmação falsa em sí mesma. Como os relativistas podem estar "absolutamente" certos de que não existem "absolutos"?

Penso que não é necessário estender ainda mais os argumentos. Minha resposta pessoal à pergunta do título é: “Sim, o perfil do questionador é questionável!”

Todos precisamos analisar as nossas motivações ao entrarmos num debate. Já que somos vítimas da cultura popular e temos pressuposições enraizadas, devemos sempre avaliar aquilo que pensamos ser verdadeiro.

Alguém já disse que saber ouvir é uma arte, mas compreender o que se ouve é superior ao ato.

“Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!” (Mt. 13:9)

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Nota: Ao contrário do que está sendo ensinado por aí, a verdade não é relativa, mas absoluta. Se alguma coisa é verdadeira, ela é verdadeira para todas as pessoas, em todas as épocas, em todos os lugares. Além do mais, a verdade é imutável. O que muda é a nossa crença sobre a verdade. Quando acreditávamos que a terra era plana, a verdade sobre a terra permaneceu intacta. A verdade não é afetada pela nossa maneira de pensar.

Por Janis

3 comentários:

Underson disse...

Inquestionável!!!

cacoOooo disse...

"Para responder ao cético arrogante, não adianta insistir que deixe de duvidar. É melhor estimulá-lo a continuar a duvidar, para duvidar um pouco mais, para duvidar cada dia mais das coisas novas e loucas do universo, até que, enfim, por alguma estranha iluminação, ele venha a duvidar de si próprio." G.K. Chesterton

Unknown disse...

Rapaz, esse texto é perfeito!
estou editando ele em meu blog amigo...
Parabens.